Tinha tudo para dar errado. E essa era a previsão da maioria dos “analistas”. O PT ia fracassar. Mas, naquele 10 de fevereiro de 1980, algo mágico aconteceu. Um “anjo” passou no Colégio Sion e disse baixinho aos corações reunidos: “Vai lá PT, vai ser gauche na vida! Ninguém sabia ainda, mas esse anjo torto era o povo brasileiro, que vivia nas sombras e gritava em silêncio para ter voz e vez, num país tão injusto e desigual. Com o PT, todos os anjos saíram das sombras. E, hoje, continuamos a fazer a diferença. Unimos as forças democráticas do país para derrotar o autoritarismo, os preconceitos, as desigualdades, pobreza, o ódio e mentiras. Nossa estrela brilha, de novo, com o fogo eterno da paixão pelo povo brasileiro. Afinal, quem está ao lado do povo sempre está. Sempre estaremos aqui.
O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras nasceu em 1980 das bases sociais em luta para se tornar um partido de governo com Lula presidente, que junto com a presidenta Dilma colocou o povo no orçamento e fez do Brasil uma potência emergente. Por isso, sofreu o golpe do impeachment e a prisão injusta de Lula. Mas o PT demonstrou grande resiliência para superar essa etapa de sacrifícios e perdas e com Lula candidato liderando a frente democrática conseguiu derrotar a continuidade do presidente neofascista. Lula põe de novo o povo no orçamento, gera emprego e faz a economia crescer. Mas o mundo do trabalho mudou bastante e os petistas têm diante de si os desafios de decifrarem essa nova realidade e reconquistarem o protagonismo social. Assim como vencemos outros desafios esses também venceremos e vamos reeleger Lula em 2026.
Sou uma das jurássicas fundadoras do PT. O surgimento do partido se confunde com minha trajetória: saí da prisão após três anos de luta contra a ditadura e me envolvi na construção do movimento feminista. O feminismo se entrelaça com o PT desde sua fundação, tanto que recentemente, lançamos o livro Feminismo no PT, contando essa história. Defendemos que não há democracia sem mulheres e sem a pauta feminista. Não existiu democracia no Brasil sem o PT. Como fundadora, vejo que a luta feminista e a resistência à ditadura moldaram sua identidade. Hoje, mais do que nunca, devemos fortalecer a resistência democrática. O PT tem capilaridade, produção intelectual e inclui todas as cores, raças, etnias e orientações sexuais. Seguimos juntas, pois o partido é sustentáculo da democracia no Brasil. Parabéns ao PT e a todas as mulheres que constroem essa luta.
Filiei-me ao PT logo após a primeira eleição do Lula, em 1989. A partir daí, vivi intensamente a construção do partido, sendo a primeira Secretária de Juventude e, depois, a primeira Secretária de Mulheres do PT Ceará eleita em encontros setoriais. Fui eleita presidenta do PT de Fortaleza e estadual do partido no Ceará. Desde então, fui a primeira vereadora e a mais votada do PT em Fortaleza, deputada estadual mais votada do Ceará, prefeita de Fortaleza eleita e reeleita no primeiro turno na capital cearense e, hoje, estou deputada federal. Durante toda esta história, que representam 36 anos de dedicação à construção partidária, sempre acreditei que o PT não era e nunca deveria ser um simples partido político. Sempre defendi e continuo defendendo que o PT é um instrumento de luta da classe trabalhadora brasileira e, como tal, deve seguir seu caminho, reafirmando seus valores fundantes, que é a construção de uma sociedade igualitária socialmente, humanamente diversa contra todas as formas de preconceitos e opressões, em comunhão com o meio ambiente e com o amor ao próximo. Com uma vivência solidária, companheira e fraterna.
Em 1978, em Poços de Caldas (MG), no Encontro Nacional dos Metalúrgicos, ouvi de Lula e de Arlindo Ramos, que "até então, não existia partidos para os trabalhadores votarem". Chegou a hora de criar um partido feito pelos próprios trabalhadores, um PT”. Estava ali como jornalista do Jornal dos Bairros, que circulava na região proletária de Belo Horizonte. Desde ali me tornei um militante do futuro PT. Nestes 45 anos, o PT mudou a história do país. Governa o Brasil pela quinta vez. Investiu na criação da CUT e da CMP. Dirigiu centenas de cidades, teve governos estaduais, milhares de vereadores, deputados, senadores. Criou a Fundação Perseu Abramo, que organiza a cultura democrática popular, que tive a honra de presidir. Hoje o PT enfrenta o desafio de derrotar, em 2026, o projeto da extrema direita e da direita. E continuar a construir o projeto de Nação que estabeleça a distribuição da renda, da riqueza, do saber e do poder, assim como a sustentabilidade ambiental, projeto para a humanidade.
O PT é importante na minha vida, assim como eu e minha história de vida somos importantes para o PT. Faço parte deste processo. Saí da condição de operário gráfico e virei deputado federal, senador da República, e contribuí com as conquistas e mudanças que fazem parte da concepção de criação do PT, que é dar vez e voz aos trabalhadores do nosso país. Atendendo os que sempre foram excluídos das riquezas do Brasil, criamos a lei de anistia para os trabalhadores, lei de combate ao trabalho escravo, entre outras, e, por último, já no Senado, a lei que fortaleceu e reestruturou a cultura do nosso país, a lei Paulo Gustavo.
Nesses 45 anos de história, o PT representa a mais importante experiência na construção de um partido de trabalhadores no Brasil. Um partido socialista que nasceu das lutas sociais afirmando em seu Manifesto que a ruptura com o subdesenvolvimento e a dependência ao imperialismo do nosso país, assim como a conquista de uma democracia plena, será obra dos trabalhadores da cidade e do campo ou não ocorrerá. Nosso papel histórico está longe de completar-se. Precisamos dar força orgânica, militante, consciente de um programa, de um projeto para o país às dezenas de milhões que votam em Lula e no simbolismo que isso significa mas que não se transforma em força orgânica nem presença semelhante nos Estados e municípios. Governo e partido, somos vítimas de ‘regras do jogo' não democráticas. Nascemos críticos a visões totalitárias, a partidos e pensamentos "únicos", bem como a caudilhos messiânicos e populistas. Construímos o PT de forma singular, com profunda democracia interna, com proporcionalidade de correntes de opinião e igualdade de gênero nas direções e representações partidárias. Nascemos e crescemos numa visão pluralista, não sectária, profundamente laicos e conscientes que não estamos sozinhos na defesa dos explorados e oprimidos. Por isso, defendemos a Unidade de Esquerda e com ela construindo uma alternativa comum ao capitalismo em sua forma atual de neoliberalismo, do rentismo financeiro que aumenta a exploração e a desigualdade social. Nesses 45 anos, de lutas, derrotas e tentativas de aniquilamento, fomos, somos e continuaremos sendo necessários para o povo brasileiro construir seu futuro.
Eu e o PT somos um “caso de amor.” Minha filiação é de 1980, portanto, desde a fundação do PT na Bahia. Meu primeiro e único partido. Devo meus três mandatos de deputada estadual, os quatro mandatos de prefeita, o de deputada federal e a vitória para vereadora em Salvador, ao PT. E sou grata ao Presidente Lula (que simboliza o PT) a tudo o que o povo brasileiro conquistou e que transformou, para melhor, a vida de milhões de famílias. Valeu a pena, nos anos 1980, sair pelos municípios mais distantes para dizer pro povo: O que é o PT. E hoje o PT é esse partido sólido, que resgatou a democracia no país e elegeu pela terceira vez o “Povo” para governar nossa nação. Através do PT e de Lula o povo subiu a rampa do Palácio do Planalto e fez ecoar o grito: “ditadura NUNCA MAIS, DEMOCRACIA SEMPRE !” Que venham mais 45 anos pela frente! Quanto mais maduro(a), o PT e a democracia, melhor! Viva Lula e Viva o PT!
Em mais de quatro décadas de história, o PT consolidou-se como a maior organização política do campo progressista no Brasil. E tenho muito orgulho de ser filiada e militante. No partido não há feminismo sem o socialismo, e o PT entrou na minha vida por meio dos diversos movimentos do movimento feminista, do movimento negro, dos movimentos sociais. E é daí que vem o meu entrelaçamento com este partido. Já fui presidenta do partido em Salvador (BA), com muita honra. Sou dirigente estadual, estou também vereadora, que é um desafio gigantesco. Então, a história de luta de um conjunto de vidas, de companheiras e de companheiros militantes, baseada em princípios e na luta também por uma sociedade mais humana, menos desigual. Este partido que nos pauta constantemente na luta por democracia e justiça e participação na política e igualdade das mulheres no mundo do trabalho e na economia. Por isso que 45 anos de resistência, de insistência na luta também para a gente conquistar cada vez mais uma sociedade e sem esse preconceito contra a violência em si, o patriarcado, o racismo e a exploração que nós vivenciamos no dia a dia. Viva os 45 anos do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores. Vida longa.
A decisão de construir o PT não saiu de quatro paredes. Foi semeada no movimento da luta de classe, em especial nas greves dos metalúrgicos do ABC. Nasce também no bojo do movimento estudantil que saiu às ruas para gritar “abaixo a ditadura” e da luta dos camponeses por terra para nela trabalhar e viver. A vanguarda do movimento grevista do ABC concluiu que era preciso uma representação política independente, e, numa relação dialética entre as massas trabalhadoras e sua vanguarda, nasce o PT. Como diz seu Manifesto de Fundação, nasce porque os trabalhadores estão cansados de serem massa de manobra da burguesia. Que passo fundamental para construir a consciência de classe! O PT (inclusive no governo) se fortalece, dizendo claro e em bom, que ele se propõe como um instrumento de afirmação dos interesses da classe trabalhadora. 45 anos depois, nós biologicamente envelhecemos. Mas nossas ideias não! É por isso que 45 anos depois, lutamos para agir como o PT agia!
Saudações aos 45 anos do PT, o mais importante instrumento da classe trabalhadora brasileira para “a construção de uma sociedade igualitária, onde não haja explorados nem exploradores”, como aponta o manifesto de fundação do partido. Entre um grande passado e as perspectivas de um futuro que alcance os seus objetivos originais, temos um presente complexo e de grandes desafios e dificuldades, o que coloca para o Partido como principal tarefa reconquistar a confiança dos trabalhadores e das trabalhadoras, mantendo uma conexão sólida e permanente com o cotidiano da vida da classe. Isso inclui vincular a organização e a mobilização partidária às lutas por salários mais justos, redução da jornada de trabalho, recuperação de direitos trabalhistas, igualdade de gênero, igualdade racial e acesso a serviços públicos de qualidade. É preciso conectar as lutas cotidianas a um projeto coletivo, anticapitalista, de transformações profundas que sejam capazes de oferecer um projeto coletivo capaz de inspirar a classe trabalhadora e colocá-la em movimento numa perspectiva socialista. Em resumo, muita presença no cotidiano da classe, em suas lutas, e muito esforço para elevar o nosso horizonte programático. Vida longa ao PT de massas, de lutas, revolucionário e socialista!
O PT foi criado para que as classes populares tivessem o seu próprio partido na defesa de seus interesses imediatos e históricos. Desde o início, o PT promoveu um vasto processo de inclusão política, incentivando a auto-organização popular. Funcionou e funciona, como diria o nosso querido Paulo Freire, como uma admirável escola de cidadania ativa, rompendo com os limites de classe da democracia brasileira. Essa incorporação das classes populares à vida política foi decisiva para que o PT e as esquerdas se tornassem um dos polos centrais de poder no país, não obstante as reiteradas tentativas de destruir pela violência política e o golpismo nosso projeto e nosso legado de emancipação social.
O Partido dos Trabalhadores é o mais importante partido Progressista da história do Brasil desde a redemocratização. O partido participou de nove eleições presidenciais, ganhando cinco delas e chegando em segundo lugar nas outras quatro. Não há paralelo na história do Brasil de um partido tão longevo e tão bem sucedido quanto o PT. Enfrentando todas as adversidades e superando cada uma delas em função de um apoio popular inédito a uma agremiação política que tem como seu principal líder uma figura épica, com a trajetória do presidente Lula. É uma conjunção de fatores. Espetacular, que dá sustentabilidade às pretensões do PT de mudar definitivamente o Brasil para melhor, atendendo as pessoas que ficaram desprovidas durante décadas de direitos fundamentais E um exemplo inclusivo para a América Latina. É um exemplo para um mundo tão carente de ideias progressistas e emancipatórias. Nós estamos vivendo uma crise civilizatória, uma dificuldade muito grande em encontrar. Uma agremiação política que dialogue efetivamente com os desafios que estão colocados para as pessoas e que não têm propriedade, que não têm meios de produção, que vivem do seu trabalho. E o PT, pelo exemplo prático que dar, é uma das um dos elementos que certamente deve ser levado em consideração para que uma força teórica nova e inspiradora surja no horizonte próximo, para que nós possamos resgatar uns sonhos mais ousados de dias melhores. Vida longa ao PT.
No próximo dia 10 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores completa 45 anos da sua existência. E fevereiro de 1981 um grande número de brasileiros, intelectuais, trabalhadores, negros, mulheres e estudantes lançaram esse projeto de esquerda para o Brasil. Foi um feito fundamental na história da América Latina e até do mundo. E não é nada fácil num país como o Brasil ou a América Latina, com a sua cultura conservadora na política, lançar um projeto político de esquerda e segurar esse projeto durante 45 anos. Um projeto que trouxe para a vida política partidária centenas de milhões de figuras anônimas por esse Brasil afora, desde as grandes capitais, do chão de fábrica até os pequenos municípios. Esse projeto avançou, se consolidou e foi o meio que nós conseguimos para levar um operário à Presidência da República por três eleições. O ex-operário se chama Luiz Inácio Lula da Silva, o companheiro Lula, e uma mulher, Dilma Rousseff, como presidenta do Brasil, outro fato raro, histórico na América Latina. Portanto, me sinto muito feliz em ter sido um dos primeiros filiados e fundador deste projeto excepcional da esquerda brasileira.