Cadernos Teoria e Debate

Ao encerrar seu período no governo de Minas Gerais, a administração de Fernando Pimentel (PT, 2015-2018) foi retratada pela mídia como um período de experiência melancólica, com mais baixos que altos. Essa imagem, que sobrenada na superfície de uma correnteza poluída, por estigmas disseminados por uma mídia interesseira e corporações contrariadas, oculta o peso e a solidez do que foi a realidade de conduzir Minas Gerais num período em que o Brasil viveu uma das maiores crises de sua história recente.

Crise que se manifestou no enfraquecimento da alternância pacífica do poder na medida em que, pela primeira vez desde a redemocratização do país, a legitimidade do vencedor numa eleição presidencial foi violentamente contestada pelo oponente derrotado. Por ele, o mesmo líder de um grupo político que acabara de perder as rédeas da administração mineira, onde havia se instalado durante 12 anos e se julgava no direito de nela, indefinidamente, permanecer.

O Brasil e Minas Gerais emergiram rachados das eleições de 2014 e permanecem divididos até os dias de hoje. Trazer à luz os feitos do governo Fernando Pimentel, a destruição das empresas públicas que ele evitou, a preservação da prestação dos serviços públicos num cenário de calamidade fiscal e o resgate da dignidade do exercício do poder em nome do povo e para o povo, aquele para quem o governador do estado deixou de ser a abstração de um retrato na tela da urna eletrônica.

Esse é o objetivo do presente documento. Terá, assim, o leitor oportunidade e elementos para refletir e formar o juízo crítico do que foi um governo de todos, fundado no diálogo, no quilíbrio e em muito trabalho.