Estante

?Que vêm fazer aqui

os lilases de abril de tom eliot

nos poros da estática estouradaça

da caixa de som do rap e do xote?

? esse mantra do abril anglicano

na sirene ligada da língua saturno e onano

do rapper e seu programa de paupéria e glória

do terceiro-urbano?

Personas e máscaras dos poetas

do mundo inteiro, uni-vos

e no mesmo passo desuni-vos

no despaisado da vossa condição e lilases:

Tal qual a zona liberada,

num palco da periferia do Brasil,

como a composição de um novo terno

e de um vasto mundo conato,

por tom eliot, seu pelo lilás pentecostal,

e o sujeito marrento no palco,

se a realidade não escreve

nem jamais escreveu,

ela ensaia uma ficção suprema,

entrar e sair do seu lugar nos livros,

e realizar-se no destino emancipado do poema.