Nacional

As prévias prejudicam o Partido dos Trabalhadores

O Partido dos Trabalhadores foi vitorioso, principalmente no 1º turno, apesar de ter perdido em municípios tradicionais, ou mesmo em centros urbanos. Isto se deve ao fato de que o PT interiorizou-se, quer dizer, avançou em pequenas e médias cidades do interior do país, resultando num grande crescimento eleitoral. No segundo turno, fomos vítimas da articulação da direita, que reunia-se toda contra o PT, exceto em alguns lugares isolados.

O PT não tem dificuldades em se manter nas cidades onde já administra, mas não podemos esquecer que uma administração petista fere interesses, principalmente privilégios. E isto resulta naturalmente que, mesmo tendo feito governos de profundas mudanças, com inversão de prioridades, há sempre tendência à união dos outros partidos para se contrapor ao PT. As nossas administrações, na sua maioria, são aprovadas pelas pesquisas de opinião antes das eleições. No período eleitoral, acabamos perdendo espaço em função desses elementos que abordei anteriormente.

As perdas eleitorais em municípios administrados pelo PT podem ter diversas causas.

A primeira é o processo de escolha dos nossos candidatos. Este é um grande problema a resolver, que influencia e acaba intensificando a disputa interna e, conseqüentemente, traz resultados nas eleições. Há algum tempo, havia urna postura partidária favorável à realização de prévias e isso engrandecia o processo democrático interno, mas hoje as prévias acabam trazendo antecipadamente a disputa eleitoral para dentro do PT. Uma disputa que muitas vezes acaba resultando em questões que não se resolvem após o resultado das prévias.

O mais salutar para o PT é definir as candidaturas a partir das instâncias maiores em cada município, que são o diretório e o encontro municipais, e não prévias. É necessário porém se regulamentar melhor o processo dos encontros, sem filiações de última hora com o objetivo de garantir votos ou delegados para esse ou aquele candidato. A disputa interna no PT prejudicou o partido em várias cidades, levando-nos inclusive a muitas derrotas que começam com as prévias, levando para a campanha eleitoral problemas não-resolvidos. Na campanha, o PT apresenta duas caras: uma faz a campanha do candidato que ganhou as prévias; a outra não faz a campanha. É preciso modificar o sistema de indicação e escolha dos candidatos às disputas municipais, que se diferencia de uma disputa de candidatura ao governo do estado, a cargos de deputados e senador. Este é um processo mais amplo, de plenárias regionais e estadual, em que os delegados e as lideranças do partido acabam decidindo pelos nomes a serem lançados como candidatos.

O Partido dos Trabalhadores foi vitorioso, principalmente no 1º turno, apesar de ter perdido em municípios tradicionais, ou mesmo em centros urbanos. Isto se deve ao fato de que o PT interiorizou-se, quer dizer, avançou em pequenas e médias cidades do interior do país, resultando num grande crescimento eleitoral. No segundo turno, fomos vítimas da articulação da direita, que reunia-se toda contra o PT, exceto em alguns lugares isolados.

O PT não tem dificuldades em se manter nas cidades onde já administra, mas não podemos esquecer que uma administração petista fere interesses, principalmente privilégios. E isto resulta naturalmente que, mesmo tendo feito governos de profundas mudanças, com inversão de prioridades, há sempre tendência à união dos outros partidos para se contrapor ao PT. As nossas administrações, na sua maioria, são aprovadas pelas pesquisas de opinião antes das eleições. No período eleitoral, acabamos perdendo espaço em função desses elementos que abordei anteriormente.

As perdas eleitorais em municípios administrados pelo PT podem ter diversas causas.

A primeira é o processo de escolha dos nossos candidatos. Este é um grande problema a resolver, que influencia e acaba intensificando a disputa interna e, conseqüentemente, traz resultados nas eleições. Há algum tempo, havia urna postura partidária favorável à realização de prévias e isso engrandecia o processo democrático interno, mas hoje as prévias acabam trazendo antecipadamente a disputa eleitoral para dentro do PT. Uma disputa que muitas vezes acaba resultando em questões que não se resolvem após o resultado das prévias.

O mais salutar para o PT é definir as candidaturas a partir das instâncias maiores em cada município, que são o diretório e o encontro municipais, e não prévias. É necessário porém se regulamentar melhor o processo dos encontros, sem filiações de última hora com o objetivo de garantir votos ou delegados para esse ou aquele candidato. A disputa interna no PT prejudicou o partido em várias cidades, levando-nos inclusive a muitas derrotas que começam com as prévias, levando para a campanha eleitoral problemas não-resolvidos. Na campanha, o PT apresenta duas caras: uma faz a campanha do candidato que ganhou as prévias; a outra não faz a campanha. É preciso modificar o sistema de indicação e escolha dos candidatos às disputas municipais, que se diferencia de uma disputa de candidatura ao governo do estado, a cargos de deputados e senador. Este é um processo mais amplo, de plenárias regionais e estadual, em que os delegados e as lideranças do partido acabam decidindo pelos nomes a serem lançados como candidatos.

No município, não podemos delegar a uma simples deliberação de um filiado de última hora a decisão de indicação do candidato. É preciso haver respeito às instâncias que se elegem dois, três anos antes do calor das eleições.

O segundo ponto que é necessário considerarmos é a política de alianças. O PT avançou e continua avançando no processo de alianças. Esta política tem sido responsável pelo grande sucesso eleitoral em favor das forças de esquerda. No caso de Chapecó, a nossa política de alianças foi correta, pois conseguimos juntar na nossa coligação PT, PPS, PCdoB, PSB e PMN, que conformam a identidade política dos projetos democrático-populares nesses últimos anos.

Um dos problemas enfrentados pelo partido nestas alianças se refere a situações em que somos governo, já que o PT tem dificuldades em apoiar candidatos de outros partidos da frente para encabeçar as disputas. Isto se deve ao fato de o PT ser o maior partido, com maior apoio popular, mas também a uma cultura petista de que somos bons para receber apoio, mas temos dificuldades para apoiar a continuidade de um projeto que não seja encabeçado por nós.

Sou favorável a que o PT construa uma política de alianças contemplando a esquerda e setores que militam no campo democrático-popular, que fazem política com ética, mesmo não sendo de partidos de esquerda. Por isso, devemos fazer uma disputa,divisora de águas.. Infelizmente, os partidos no Brasil não expressam politicamente suas propostas. Muitas vezes, a caracterização partidária não coincide com seus programas.

Por isso, é tarefa do PT avançar e conseguir apoio para uma política de alianças que viabilize um projeto da esquerda no Brasil. Devemos constituir uma aliança mais ampla do que as realizadas até a última eleição. Uma aliança que abranja todos os brizolistas, com os quais, infelizmente, nunca conseguimos nos juntar numa disputa eleitoral à Presidência da República. Além disso, devemos disputar setores do PMDB e do PSDB, que poderiam estar neste projeto político mais de esquerda.

Em relação a candidato, não há nenhuma dúvida de que hoje só temos um nome nacional com condições de mobilizar milhões de brasileiros em torno deste projeto de centro-esquerda para ganhar a Presidência da República: Luiz lnácio Lula da Silva, tem de assumir este papel. Lula está deixando de assumir a tarefa de ser o articulador deste projeto. Mesmo que tenha passado a reeleição, não há porque termos receio de ter um candidato que faça o contraponto ao projeto neoliberal. Ninguém pode avaliar o que acontecerá daqui a dois anos, mesmo com a estabilidade do Plano Real, pois as condições de desemprego e instabilidade social no país são cada vez maiores.

É necessário que o PT faça um processo de reciclagem, de renovação de lideranças. Para isso, precisa trabalhar e investir na formação política de seus quadros. Precisamos que o PT volte a ter uma atuação política organizada no movimento social brasileiro. Os problemas sociais - as questões da reforma agrária, dos direitos dos trabalhadores, da miséria, da falta de política agrícola - e o enfrentamento das políticas neoliberais não poderão ser resolvidos sem um projeto alternativo de desenvolvimento, seja econômico, político ou social. A estabilidade de preço não resolve porque as pessoas não têm perspectivas, não têm esperanças, não têm emprego.

Temos um grande desafio pela frente. Para isso, o PT precisa sair das disputas internas e começar a consolidar um grande programa de transformações para o país, apresentar alternativas e discuti-las com a sociedade, avançando na sua organização. Este é o papel do PT: organizar, articulando-se com todas as entidades da sociedade civil no sentido de que elas também estejam presentes neste projeto de mobilização. Só assim teremos em cada município um partido mais atuante, mais organizado, comprometido com as causas populares.

O PT precisa ser mais radical. Em muitos lugares, em muitas administrações, nós estamos deixando de entrar em disputas com setores da burguesia, com aqueles que sempre viveram dos privilégios do dinheiro público em detrimento dos direitos mínimos da população. Esse enfrentamento tem de ser retomado. Ninguém vai conseguir construir e consolidar outro projeto adaptando-se aos métodos capitalistas de exploração.

Essa é a discussão que o PT tem de fazer. E isso se faz também no governo municipal. Precisamos saber a hora de dizer não, mesmo que se corra riscos de perda de popularidade, de um momentâneo isolamento. As administrações petistas e de frentes populares necessitam de maior rigor em planejar as ações para garantir que os recursos sejam aplicados de acordo com os interesses da maioria. Em curto espaço de tempo a população estará do nosso lado. Mas, à medida que fizermos uma ação sem direção, sem convicção e sem decisão,rompendo com alianças e mantendo acomodações em torno do poder, caímos na mesmice, prejudicando o projeto de futuro do PT.

Isso precisa ser resolvido no Diretório Nacional do PT. E preciso que o setor majoritário não se considere dono absoluto da verdade. É preciso abrir o partido para o debate e que todos estejam mobilizados neste mutirão. Ninguém pode ser excluído desse processo, seja pelo Diretório Nacional, seja por qualquer instância partidária. Todos devem contribuir nesse projeto político, na perspectiva de colocar o PT na condição de governar este país com Lula presidente.

José Fritsch é prefeito de Chapecó (SC).