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Escravidão no Pará foi marcada pela resistência de negros e índios que buscaram a liberdade,  construção dos quilombos e participaram na Cabanagem

A história da escravidão no Pará foi marcada pela resistência de negros e índios que buscaram a liberdade por meio da fuga, da construção dos quilombos e da participação na Cabanagem. No século 21, os descendentes dos quilombos prosseguem na trajetória de luta constante por seus direitos. O alvo principal agora é a titulação de suas terras.

A história da escravidão no Pará foi marcada pela resistência de negros e índios que buscaram a liberdade por meio da fuga, da construção dos quilombos e da participação na Cabanagem. No século 21, os descendentes dos quilombos prosseguem na trajetória de luta constante por seus direitos. O alvo principal agora é a titulação de suas terras.

Desde 1998 o Pará conta com uma legislação que regulamenta o processo de titulação dessa categoria de terras. Inovadora, ela garante o direito à auto- identificação das comunidades sem a necessidade do laudo antropológico – algo que o governo federal só veio a reconhecer em 2003.

Na região paraense conhecida como Baixo Amazonas encontram-se cerca de sessenta comunidades remanescentes de quilombos, localizadas nos municípios de Oriximiná, Óbidos, Santarém, Alenquer e Monte Alegre.

Os quilombolas dessa região foram pioneiros na luta para fazer valer os direitos assegurados na Constituição de 1988. Foi no Baixo Amazonas que ocorreu a primeira titulação de terra de quilombo no país. No ano de 1995, a comunidade de Boa Vista, localizada no município de Oriximiná, recebeu do Incra o título de suas terras. Entre 1995 e 2005, outras 28 comunidades dessa região tiveram suas terras tituladas, abarcando aproximadamente 1.161 famílias. A área titulada no Baixo Amazonas soma 386.488,05 hectares, o que representa 43% da dimensão total de terras de quilombo tituladas no Brasil.

Essas vitórias são resultado do empenho dos homens e das mulheres quilombolas do Baixo Amazonas, que, para fortalecer a sua luta, se organizaram em diversas associações: a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (ARQMO), a Associação Comunitária dos Negros do Quilombo do Pacoval de Alenquer (Aconquipal), a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Óbidos (ARQMOB), a Comissão de Articulação das Comunidades Quilombos de Santarém e a Comissão de Mulheres Quilombolas do Município de Óbidos.

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