A atual crise que vive nosso país não é apenas conjuntural e nem simples reflexo de crises internacionais. Trata-se, na verdade, de uma regressão histórica. O que está em jogo é nossa independência e soberania enquanto Nação e nosso destino como um povo, uma cultura e uma civilização.
Em quase todos os momentos históricos em que o Brasil mudou, sempre o fez por meio de compromissos entre diferentes frações das classes dominantes. Assim foi na Independência, na Abolição, na Proclamação da República, na Revolução de 30 e após a Segunda Guerra Mundial. Essas mudanças preservaram o caráter conservador da estrutura política e social brasileira, expresso na concentração da terra, da propriedade, da renda, da cultura e do poder.
No atual período, as elites políticas e empresariais perderam a perspectiva nacional e esperam que o capitalismo internacional, ao submeter nossa economia à sua nova dinâmica e controle, resolva nossos problemas sociais e culturais, o que de per se é impossível, pois, por esta via, não teremos desenvolvimento nacional.
O grande desafio da sociedade brasileira, nos próximos anos, será a superação dessa crise por meio de uma ruptura histórica que liberte o país da atual dependência e realize as tarefas da revolução democrática que o Brasil não viveu.
A grande questão é saber se algum setor da elite está disposto a assumir os riscos de romper com a ordem internacional e retomar um projeto nacional, ou se nas esquerdas e nas forças políticas populares existe capacidade para liderar e conduzir esse processo.
Esta revolução terá que ser não apenas a ruptura com a dependência mas a refundação da república e a realização de transformações sociais e políticas que democratizem o poder, a riqueza e a cultura no Brasil. Trata-se de uma revolução nacional, popular, social e democrática.
Programa e alianças
Nosso principal objetivo é a retomada do desenvolvimento nacional, o que exige o rompimento com a atual dependência do Brasil à dinâmica da chamada globalização e à hegemonia norte-americana no processo de internacionalização do capitalismo. O Brasil tem condições sócio-econômicas, políticas e culturais para romper com a atual situação de estagnação e regressão a que foi submetido por suas elites políticas e empresariais e liderar um bloco regional. Nosso país tem base industrial, agrícola, tecnológica, educacional; um povo com condições socioculturais para se desenvolver num dos maiores territórios, com grandes reservas naturais e minerais; um amplo mercado interno e, principalmente, uma nascente civilização tropical. Isto significa defender nosso mercado interno, nossos empregos, os interesses nacionais e retomar o controle sobre os investimentos, além de desenvolver políticas industrial, tecnológica e de comércio exterior.
Numa nova ordem, o Brasil deverá romper a atual relação de subordinação com o FMI e revisar todos os acordos da dívida externa. O atual programa de desestatização será suspenso e todas privatizações serão revistas, por meio de auditorias e comissões parlamentares de inquérito, particularmente as do setor de telecomunicações e energético, evitando a desnacionalização e os riscos de segurança no controle e suprimento estratégico de serviços públicos.
As políticas monetária e Fiscal serão subordinadas à retomada do crescimento econômico e do financiamento de programas de geração direta e indireta de empregos.
Para tanto, haverá uma ampla reforma do sistema financeiro e uma redução dos juros e, inclusive, o controle cambial, visando impedir a fuga especulativa de capitais e reduzir as taxas de aplicações das instituições financeiras.
A reorganização e reestruturação do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e dos bancos regionais, com a revisão do papel dos fundos sociais, são condições para, junto com uma reforma tributária, garantir os recursos necessários à retomada do desenvolvimento econômico e social.
Para priorizar o pleno emprego e uma política de rendas que recupere o valor do salário, será implementado com recursos oriundos da reestruturação dos fundos públicos e sociais, da redução das despesas financeiras e do redirecionamento dos recursos orçamentários - um plano nacional de investimentos públicos democrático, descentralizado e sob controle social.
Os objetivos principais de uma reestruturação dos recursos públicos são o financiamento da pequena e média empresa, a implementação de um plano nacional de obras de infra-estrutura, habitação e saneamento, a reforma agrária, o apoio à agricultura familiar, um plano de segurança alimentar e renda mínima, a reorganização dos serviços públicos de seguridade social, saúde e previdência, da educação pública e dos investimentos em ciência e tecnologia.
A idéia é impulsionar o crescimento com base na expansão de nosso mercado interno, por meio de um programa de distribuição de renda e de aumento das exportações, apoiado numa política de financiamento e de aumento da produtividade.
Só uma frente política de esquerda pode conduzir estas mudanças, com base nos interesses da maioria popular: das classes trabalhadoras e médias, dos micro, pequenos e médios empresários nacionais.
Estas transformações econômicas e sociais dependem de radicais mudanças em nossas instituições e de medidas que garantam os direitos humanos e a cidadania e coloquem o Estado sob controle da sociedade. São prioridades para as quais o PT tem propostas já apresentadas no Congresso Nacional: as reformas política, do Judiciário e dos órgãos de segurança, a democratização dos meios de comunicação e o controle social do Estado por meio do orçamento participativo e da democratização das políticas públicas.
A orientação estratégica que deve orientar o PT nos próximos anos deve ser a de constituir um bloco social, uma aliança política e dirigir este processo.
O PT já iniciou esta trajetória com sua luta democrática contra a ditadura, pelos direitos sociais e políticos dos trabalhadores e na constituição de suas organizações representativas, na sua ação inovadora, ética e opositora nos parlamentos e em seus governos populares.
Na constituição de um amplo movimento social, na construção de programas de governo, alianças e frentes eleitorais e políticas e nas coalizões de governo fomos dando forma ao bloco democrático-popular que poderá fazer a revolução democrática.
As formas de luta
Já está incorporado à nossa cultura e prática política que a luta tem que se dar nos campos social e institucional e que para tanto temos que disputar o poder.
O PT e a esquerda brasileira cresceram na luta social e na construção de entidades representativas dos trabalhadores, que nos conduziram ao parlamento e ao governo, onde passamos a defender os direitos políticos e sociais das classes populares.
Nossos governos devem ser um instrumento de realização de nossas políticas públicas, mas só terão sentido histórico se articulados com nosso objetivo estratégico. Isto significa que, além do cumprimento de nossos programas de governo, temos que integrar as ações à luta política nacional e à oposição ao governo FHC, que expressa a coalizão conservadora que cumpre as orientações do capital internacional.
Esta é uma questão ainda não resolvida. Por mais que nossa simples ação de governar seja um contraponto a FHC, a situação de falência dos estados herdada por nossos governadores limita sua participação na mobilização contra o governo federal. Isto é uma contradição, já que esta mobilização pode ser a única saída para os impasses que vivemos na governabilidade nos estados.
Apesar desta situação, nos governos estaduais estamos, a exemplo das prefeituras, desenvolvendo nossas políticas de participação popular, inversão de prioridades e combate à miséria, além de consolidarmos coalizões e experiências de governos de frentes populares. Nesses governos, podemos também dar seqüência às experiências de alianças pontuais e de interesses comuns com o pequeno e médio empresariado e mesmo com setores do grande empresariado sufocados pelo neoliberalismo.
Um dos maiores desafios de nossos governos é a participação popular e o combate à miséria e à ignorância, que podem levar a um novo patamar de participação e a uma nova cultura política. Esta ação tem que estar articulada com o fortalecimento das entidades, principalmente as populares, não deve excluir as outras forças sociais organizadas, com as quais devemos disputar a hegemonia.
A experiência de governar estados não deve ser subestimada, pois representa um ensaio para testar os limites de nossas políticas públicas em dar respostas aos problemas sociais e à nossa capacidade de dar governabilidade aos estados e colocá-los sob controle social. Devemos caminhar no sentido de transformar nossos governos do PT, nos três estados, em contraponto à política neoliberal que impera no país.
Em nenhuma hipótese devemos recuar de nossa política de ter em nossos governos apoio para as mobilizações, como aconteceu em outros momentos históricos, quando governadores de oposição foram decisivos na mobilização das diretas e no irnpeachment de Collor.
Nada disso porém será realidade sem uma ampla mobilização social e sem a disputa com o governo FHC. Toda experiência recente demonstra que não existem mudanças e transformações políticas e sociais no Brasil sem luta social e rupturas. Nossas elites nunca vacilaram em recorrer inclusive à guerra civil - como em 30 - para realizar seus objetivos. Todas as lutas dos últimos anos partiram dos movimentos sociais e ganharam espaços institucionais, seja nas diretas, no impeachment ou em vitórias eleitorais, como em 88 e em 98.
Nossa ação de governo só terá êxito se articulada com os movimentos e entidades sociais a partir de uma aliança e programas comuns, base para a sustentação política de nossos governos, sem prejuízo de outras alianças e da disputa da hegemonia no conjunto da sociedade.
Os movimentos sociais, em sentido amplo, são as bases permanentes que podem viabilizar uma mudança duradoura na correlação de forças na sociedade. Estes, junto com suas entidades e instituições, forjaram milhares de dirigentes, políticas e programas para suas categorias e para o país e têm grande representatividade e legitimidade social, como a CUT, a Contag e o MST.
No atual momento, vivemos um descenso das lutas sindicais e populares, que não se expressam em grandes campanhas e movimentos nacionais e sofrem os efeitos do desemprego, da recessão e das derrotas nas disputas institucionais. A saída para esta situação tem sido a unificação das entidades no Fórum Nacional de Lutas e a realização de campanhas e manifestações conjuntas, desde a luta contra a privatização da Vale, passando pela marcha dos semterra em 97, até as recentes manifestações de 26 de março, 21 de abril e 10 de maio, continuando com a campanha do abaixo-assinado e a marcha a Brasília.
As entidades e movimentos, mesmo o MST, vivem um momento de crise e reorganização e o PT não pode ficar omisso frente a esta situação. Ele deverá participar ativamente da reavaliação dos movimentos sociais.
O PT e o governo FHC
A posição do PT é de absoluta e intransigente oposição, expressa no pedido de impeachment do presidente protocolado na Mesa da Câmara dos Deputados pelas oposições e na marcha a Brasília.
Nossa determinação é de deslegitimar o governo e inviabilizar as chamadas reformas e privatizações, que só agravam a situação do país e representam a continuidade do desmonte do Estado e a desconstituição da Nação.
A situação do governo FHC é contraditória: é fraco pela perda de legitimidade e autoridade, não tem apoio popular e está com sua base de apoio parlamentar dividida na disputa aberta pela sua sucessão.
Ao mesmo tempo, tem apoio internacional, maioria absoluta no Congresso, apoio da maioria dos governadores e prefeitos e, principalmente, apoio do grande empresariado brasileiro, somado à omissão dos pequenos e médios empresários, muito afetados pela política econômica do governo. Desfruta ainda de apoio em alguns setores populares, como resquício do fim do imposto inflacionário.
O governo oscila entre crises políticas e de governabilidade e tentativas de criar fatos, como a reforma ministerial, para buscar abafar os escândalos de corrupção e as sucessivas crises no interior da coalizão de partidos que o sustenta.
O aumento do desemprego e da recessão, seguido de cortes de gastos públicos nas áreas sociais, aumento de impostos e perda de valor dos salários só faz aumentar a sua impopularidade.
No campo da coalizão que apóia FHC, já existe uma disputa aberta com relação à sua sucessão e, mesmo para o caso de uma eventual crise institucional, articulam-se saídas parlamentaristas e se fala em uma reforma política que criaria as bases para uma eventual estabilidade institucional na hipótese provável de um descontrole da situação econômica e das contas externas do país.
Para o PT, as esquerdas e os movimentos sindical e popular, a questão de fundo é corno aumentar as mobilizações e criar uma alternativa de governo, pois pelas experiências das diretas e do impeachment de Collor, é evidente que não basta a renúncia, o afastamento do presidente ou mesmo sua derrota eleitoral; é preciso formar uma aliança social e uma coalizão política para governar. Caso contrário, estaremos repetindo as experiências anteriores, como, por exemplo, nas diretas, em que a aliança PMDB-PFL, hegemonizou a transição, ou no caso do impeachment, em que Itamar Franco assumiu e seu governo também foi hegemonizado pela centro-direita apesar de, num primeiro momento, parte da esquerda participar do mesmo.
As esquerdas, ao se lançarem num movimento contra FHC, devem criar as bases de uma aliança que deverá disputar para assumir o governo no caso de uma crise político-institucional que leve à saída de FHC, ou mesmo de uma vitória eleitoral em 2002.
Assim sendo, um dos nossos critérios para definir palavras de ordem, programas, plataformas de luta e táticas deve ser a mais ampla unidade das forças de esquerda, populares e das entidades democráticas, como a OAB e a CNBB.
Mas não podemos trabalhar apenas com a hipótese de um agravamento da crise e a saída de FHC, que depende não só de nossa ação, mas de fatores que não controlamos. Seria subestimar a direita e os interesses internacionais no Brasil supor que não haverá, da parte deles, a busca de saídas que evitem uma crise institucional.
Pode acontecer que o governo FHC sobreviva aos três anos e meio de mandato que lhe restam ou, pelo menos, que ele chegue até 2000, o que dará às eleições municipais um papel de plebiscito sobre o governo e sua política econômica, corno se fosse o segundo turno das eleições de 98.
Seja no caso de uma crise institucional ou no de uma vitória eleitoral das esquerdas em 2002, a questão de fundo é saber se somos capazes de mobilizar a sociedade e construir uma aliança política e social para dar sustentação ao nosso programa de governo.
Devemos portanto trabalhar, sem sectarismos e dogmatismos, com dois cenários: a possibilidade de crise institucional a curto prazo; ou a sucessão presidencial em 2002.
Os desafios do 2° Congresso
Além dos desafios programáticos e teóricos sobre o socialismo e nosso projeto para o Brasil, há também um problema de fundo - que precisa ser enfrentado - na nossa forma de organização partidária.
Talvez o principal desafio do 2º Congresso seja romper com a inércia de nossa estrutura e criar novas formas de participação dos filiados no PT; uma nova relação entre as instâncias partidárias dirigentes, tendências, lideranças, militantes - e entre o PT e a sociedade.
É um equívoco aceitarmos as visões simplistas e maniqueístas, ou mesmo salvacionistas, de que os problemas do PT são suas tendências ou sua bipolarização entre esquerda e direita, radicais ou moderados.
As visões e relações políticas dentro do PT passam, atualmente, não apenas por tendências e blocos, mas por nossas ações nos governos, no parlamento, na sociedade, pela opinião pública petista e, dentro do partido, pelas lideranças e por um recorte de visões que vai além das tendências e blocos.
O PT é uma grande organização e tem que atuar em diferentes frentes: nas lutas sociais, nos parlamentos, nos governos. Sua estrutura de direção, assessoria e organização não dá conta destas tarefas e da necessidade de ser, também, um instrumento de mobilização da sociedade.
Aos poucos, fomos assumindo que somos uma instituição política e além de oposição somos governo, que atuamos no social e no institucional. O partido se organizou para disputar eleições e para ser governo, mas não foi capaz de dar prioridade para sua organização de base, nos diretórios, núcleos e setoriais.
Por outro lado, o partido está voltado para si mesmo, corno produto menos da dinâmica de tendências, mas de nossa incapacidade de abrirmos nossos diretórios e núcleos para a sociedade, principalmente para a juventude, a cultura, a solidariedade social, o novo setor informal e para os filiados e militantes do PT.
A própria formulação política e programática fica prejudicada, já que não participam desse esforço atores importantes. É pequena ou insuficiente nossa interlocução com nossos prefeitos e governadores e mesmo os parlamentares - com exceções - participam pouco da vida partidária. É pequena a participação da universidade, de artistas e intelectuais, profissionais, formadores de opinião e lideranças políticas e sociais.
As atuais divisões internas acabam por se refletir na CUT, na UNE, na Central de Movimentos Populares, limitando nossa atuação e dificultando a superação dos impasses e da crise que vivem aquelas entidades.
Nos últimos quatro anos conseguimos avanços na estruturação do Diretório Nacional e na articulação de nossas políticas no parlamento e junto aos nossos governos e avançamos muito nas relações com os partidos de esquerda e corri as entidades do campo democrático-popular.
Retomamos também o controle sobre as finanças do partido, o que viabilizou nossa ação interna e externa, principalmente nas mobilizações de caráter nacional.
Nossa ação interna não é sem importância, já que assegura o funcionamento do partido nas frentes parlamentar e de governo e todo nosso trabalho de comunicação, formação política, articulação com os movimentos sociais e relações internacionais.
Pode-se afirmar que vivemos dois momentos importantes, em 95 e 97. O primeiro deu governabilidade e credibilidade ao PT; o segundo definiu nossa política de alianças e nosso perfil programático para as disputas de 98.
Devemos, agora, nos credenciarmos para um terceiro momento, que pode nos conduzir a uma ampla reformulação do PT e às definições programáticas para enfrentar o atual impasse do país. Desta definição sairá nossa política de alianças e nosso caminho para o poder.
O 2° Congresso terá que fazer esta definição programática e mudar - o que defendemos desde 95 - nosso estatuto e regimento interno, para criar uma nova organização partidária.
Trata-se de fazer uma revolução, começando pela eleição direta de nossas direções em todos os níveis - o que também defendemos desde 95 - e uma radical mudança nas filiações e formas de realizar encontros.
O prazo de filiação, de constituição de núcleos e setoriais deve ser de um ano antes dos encontros partidários e todo filiado deverá passar por uma apresentação pública ou um ato de filiação. Deverá haver, em todos os diretórios, núcleos e setoriais, material sobre o PT para os novos filiados: cartilhas, vídeos, além da realização de debates e conferências sobre nossos programa e estatutos.
Os encontros e congressos do PT, em todos os níveis, deverão ser precedidos de conferências, plenárias e atividades culturais e todos filiados devem receber, 45 dias antes dos mesmos, convite com todas as informações sobre seus objetivos, pauta, programas e composição das chapas, quando for o caso.
Todo dirigente do PT e ocupante de cargo eletivo contribuirá mensalmente para o partido (proporcionalmente a seus rendimentos), deverá assinar o jornal e a revista do partido e estar cadastrado na mala-direta, tudo sob pena de perda do mandato.O DN priorizará a formação política e a comunicação com mais recursos e uma avaliação e reestruturação das respectivas secretarias. Na formação política, é preciso envolver a Fundação Perseu Abramo por meio de convênios e parcerias e se buscará novas formas de formação como a universidade aberta, o uso da Internet, publicação de cadernos de debate, circuitos de conferencistas e debatedores etc.
Na comunicação, o Diretório Nacional, em parceria com os diretórios regionais e municipais, criará uma rede intranet, desenvolverá mais nosso site, uma agência de notícias e consolidará o Linha Aberta e o PT Notícias.
Mas, nenhuma proposta terá eficácia se não equacionarmos nossa organização de base: os diretórios municipais e seus núcleos. Isto significa discutir os papel das secretarias-gerais e de organização em níveis estadual e nacional e a regionalização do partido.
Toda ação do PT depende de seus diretórios municipais, núcleos e setoriais. Logo, nossas secretarias de organização precisam articular, nos níveis estadual e regional, políticas de descentralização financeira (uma vez que o DN repassa para os DRs 36% do Fundo Partidário Nacional e 20% para a Fundação Perseu Abramo), de formação, de assessoria institucional, comunicação e mobilização.
As grandes decisões políticas e programáticas do PT só terão sentido se forem produto de um acúmulo e interação corri nossos filiados e militantes. O 2° Congresso tem que enfrentar e vencer esse desafio.
José Dirceu é deputado federal e presidente Nacional do PT