Internacional

Experiência socialista no governo de Salvador Allende em três artigos

No dia 11 de setembro de 1973, um golpe militar encabeçado pelo general Augusto Pinochet punha fim à estabilidade democrática chilena e atropelava as instituições do país. Seu objetivo era apenas um: acabar de vez por todas com o governo do socialista Salvador Allende, apoiado por uma frente de esquerda - a Unidade Popular - e que implantava um programa de mudanças políticas, econômicas e sociais, de cunho socializante.

A queda de Santiago significava o último ato da tragédia encenada por Washington na América Latina desde a primeira metade dos anos 60, com apoio das Forças Armadas e das classes dominantes nativas. Para toda uma geração de revolucionários e militantes socialistas, o esmagamento da experiência chilena teve (e tem até hoje) o mesmo gosto e significado que a derrota da República na Guerra Civil Espanhola representou para a esquerda nos anos 30.

Se a experiência de Allende esteve sempre presente nas discussões dos militantes brasileiros, a possibilidade iminente de um governo Lula no país reatualiza e redimensiona o debate. Por tudo isto, apresentamos nesta edição três reflexões de brasileiros sobre a experiência chilena: Emir Sader, Alberto Aggio e Juarez Guimarães. No próximo número, Teoria & Debate prosseguirá com esse dossiê, dessa vez então através da avaliação dos chilenos.