A greve dos petroleiros, articulada com outras categorias (telefônicos, eletricitários, funcionários das universidades federais e funcionários públicos federais) com data base em maio, colocou pela primeira vez em xeque a política neoliberal no Brasil. De uma vez por todas, os limites da democracia política formal ficaram claros: refinarias cercadas por tropas e blindados militares, um acordo firmado pelas mais altas autoridades de um governo constitucional anterior rasgado, e as autoridades que o assinaram descredenciadas para tanto, pelo atual Executivo, secundado pelo Judiciário.
Por sua vez, dirigentes do PT e da CUT saem do episódio com suas imagens pelo menos arranhadas perante importantes setores de suas bases.
Frente a tudo isto, T&D ouviu Antônio Carlos Spis, presidente da Federação Única dos Petroleiros, e um dos principais lideres da greve, e o deputado federal (PT-SP) Luciano Zica, que articulou o apoio parlamentar T&D tentou ainda ouvir um dirigente nacional do PT sobre o assunto, tendo até prorrogado a data de fechamento desta edição, mas, mesmo assim, a entrevista não foi possível. Lamentável, pois seria uma excelente ocasião para dirimir dúvidas e esclarecer os fatos através da imprensa do próprio partido, longe da manipulação da grande mídia.
Os jornalistas Cecília Luedemann e Antonio Martins foram os responsáveis pelas entrevistas, e a cargo deste último ficou também a edição de ambos os textos.