Internacional
A Associação para a Taxação das Transações Financeiras para a Ajuda aos Cidadãos - ATTAC - foi fundada na França, em 3 de junho de 1998, em torno a uma plataforma reunindo cidadãos, associações da sociedade civil e sindicatos. A idéia desta iniciativa nasceu de um editorial do jornal Le Monde Diplomatique, de dezembro de 1997, que alertava para a necessidade de "desarmar"os mercados financeiros e romper o cerco do "pensamento único" imposto pelo processo de globalização neoliberal. No Brasil existem associações de ATTAC no Rio, Brasília e São Paulo.
Os movimentos especulativos de capitais são um dos aspectos mais perversos da globalização. Cerca de 1,5 trilhão de dólares passeia diariamente nas principais praças da Ásia, Europa Ocidental, EUA e Brasil. Graças às novas tecnologias de informação, essa quantia incalculável de dinheiro entra e sai dos países a qualquer sinal que provoque desconfiança dos investidores. Tais movimentos especulativos produzem enorme instabilidade financeira, podendo levara desvalorizações da moeda, recessão e desemprego. Juntamente com a suspensão das barreiras ao comércio de bens e serviços, a desregulação dos fluxos de investimentos tem sido uma das principais tendências da economia mundial. As grandes corporações multinacionais são as principais beneficiárias da desregulação induzida por iniciativas como a Alca;organismos como a OMC ou acordos como o AMI (Acordo Multilateral de Investimentos).
A taxa Tobin tem a finalidade de promover o controle dos fluxos de capital especulativo, lançando as bases de uma nova arquitetura financeira internacional. A proposta partiu do economista e Prêmio Nobel americano James Tobin, que a formulou em 1972. A taxa Tobin consiste num imposto cobrado aos capitais nos mercados internacionais. Calcula-se que a taxação de apenas 0,1% sobre estes capitais geraria recursos da ordem de 166 bilhões de dólares ao ano, quantia suficiente para erradicar a pobreza mundial nas primeiras décadas do próximo século. A proposta é extremamente simples e pode estimular o debate e mobilizar amplos segmentos sociais. Sua implementação, no entanto, é mais complexa e exigiria no mínimo uma ampla reforma dos organismos internacionais,o que encontra grande resistência por parte dos países desenvolvidos. De qualquer maneira, ela tem o mérito de iniciar uma discussão sobre o controle social e democrático dos fluxos de capital, invertendo a lógica atualmente predominante de que esta tarefa poderia ser realizada exclusivamente pelo mercados. Se os bancos centrais não cumprem seu papel de impor normas ao capital externo, que a sociedade o faça por meio de iniciativas como a taxa Tobin e a ATTAC.
