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Belém foi construída de costas para o rio, à beira da Baía do Guajará, mas a vista e o acesso ao rio estão há décadas obstruídos.

Belém foi construída de costas para o rio, à beira da Baía do Guajará, mas a vista e o acesso ao rio estão há décadas obstruídos. A administração tem investido em abertura de janelas que permitam a proximidade com o rio. O Ver-o-rio é um desses acessos: duas ruas que levam a um ponto antes bloqueado por muros da Companhia Docas do Pará e de outra empresa, que só negociou com a prefeitura porque tinha uma grande dívida relativa ao IPTU.

O Ver-o-rio é um espaço com quiosques de venda de comidas típicas, lembrando que isso é um aspecto cultural. Como não se está tratando apenas do embelezamento espacial, mas de qualidade de vida da população, as barracas foram entregues às famílias da bolsa-escola, que receberam treinamento do chamado LOT (Laboratório Organizacional de Terrenos). Esse treinamento abrange desde aprender a preparar uma comida típica, servir, fazer contas, até administrar. Nos espaços de revitalização essas famílias podem desempenhar trabalho voltado para a cultura, a culinária, o artesanato.

"O espaço foi organizado pela Secretaria de Urbanismo, pela Funverde, pela Companhia de Transportes. O treinamento é feito pela Secretaria de Economia, mas as pessoas não têm como investir na compra de equipamento para tocar o negócio. Aí entra o Banco do Povo, com empréstimos a juros baixos", explica José Raiol, secretário de urbanismo.

É nesse espaço de lazer e cultura que se realiza o "Canto cabano", com a apresentação de artistas regionais todos os domingos. Aliás, manifestações culturais da região parecem estar em permanente processo de ebulição na administração do Governo do Povo. Segundo o prefeito, "não só os artistas estão mais motivados a produzir, a criar, como o povo tem valorizado mais a produção cultural local, de modo que Belém afirma sua condição de cidade metropolitana, mas afirmando também a sua identidade cultural".