O PED 2007 ocorreu sob a influência do sucesso do governo Lula e da continuidade da crise do PT. Nesse contexto, as candidaturas de Gilney Viana a presidente e da chapa Militância Socialista contribuíram para uma análise mais consistente da crise do PT; da responsabilidade comum mas diferenciada de todas as forças internas sobre a crise, destacando a responsabilidade principal do Campo Majoritário/CNB; da natureza progressista e das limitações do governo Lula; da importância do "lulismo" enquanto fenômeno político-social e da razão da subalternidade do PT para com o governo em função da hegemonia do lulismo sobre o petismo.
Além da análise e da crítica, concentramos nossa proposição em quatro pontos: a retomada da capacidade partidária de elaborar políticas para a luta institucional (especialmente para o governo Lula) e para a luta social - sem o que não conseguirá sua autonomia; o reforço do conceito do PT como partido socialista, com papel estratégico para a transformação social - o que pressupõe não somente a adoção de valores socialistas na luta e na vida cotidiana, mas sua ligação com a visão de futuro, que lhe dá sentido -; a defesa do conceito da sustentabilidade ambiental como elemento constituinte da luta social e institucional do presente e da visão de sociedade socialista futura; a redemocratização do PT, restituindo o poder dos filiados e militantes, em contraposição ao viés centralista característico da crise partidária.
O PED 2007, apesar da crise, das limitações burocráticas impostas pela direção nacional, mostrou a força do PT enquanto instituição, enquanto partido diferenciado dos demais partidos brasileiros. É verdade que dominado pelo desvio institucionalista que menospreza o papel estratégico da luta social e não valoriza o PT de raiz que contrapõe, resiste e forma sua identidade.
Considero significativas as votações para minha candidatura e para a chapa Militância Socialista, porque lutamos em condições adversas, enfrentando "tendências" e "campos" que se transformaram em máquinas eleitorais poderosas, apoiadas por militantes posicionados tanto no aparelho estatal quanto partidário, afinal vitoriosas.
Coerentes com nossas teses ao 3° Congresso, os membros do Diretório Nacional do PT eleitos pela Militância Socialista nos bateremos insistentemente para ampliar a democracia interna de tal modo que todos(as) os(as) filiados(as) possam ter vez e voz, e não apenas voto; praticar valores socialistas, agora também sob a ótica da sustentabilidade socioambiental, incorporados como valores petistas a nosso cotidiano e a nossa perspectiva de futuro; assumir a militância social e contribuir teórica e praticamente para a luta dos trabalhadores e do povo; elaborar políticas para a atuação do PT na luta institucional, e contribuir na elaboração coletiva delas, especialmente para fazer o governo Lula avançar no sentido dos interesses sociais que representamos; levantar bem alto as diversas bandeiras das variadas cores que o PT abraçou.
Gilney Amorim Viana foi candidato à presidência nacional do PT pela chapa Militância Socialista.