Política

Entre as nossas tarefas está a de melhorar a organização partidária para valorizar a militância

As eleições de 2010 têm um grande significado histórico, não só pelo fato de termos eleito a primeira mulher presidente da República, mas porque, com a vitória da companheira Dilma Rousseff, garantimos as conquistas do governo Lula e a continuidade de nosso projeto democrático-popular. Sabemos o significado de um eventual retorno da oposição neoliberal ao poder no Brasil, o retrocesso que isso provocaria no país e em toda a América Latina. Com mais um período à frente do Estado brasileiro, temos todas as condições de consolidar o caminho para um país mais justo, mais soberano e mais integrado aos interesses regionais.

Por isso mesmo, a conquista do terceiro mandato consecutivo aumenta nossas responsabilidades. O que é um bom desafio. Em sua vitoriosa trajetória de trinta anos, sempre que o PT foi exigido reagiu positivamente.

Entre nossas tarefas principais, a partir de agora, está a de melhorar a organização partidária de maneira a valorizar a grande força militante que mais uma vez se expressou – e fez a diferença – na eleição de Dilma.

A militância é a razão da força do PT. Esse é um preceito do qual jamais podemos nos afastar. Temos daqui para a frente a oportunidade de avançar neste e em outros aspectos, com o processo de revisão do Estatuto do PT, que tomará parte de nossas energias no primeiro semestre
de 2011.

Além da relação com os filiados e com a militância ativa, discutiremos a concepção partidária, o funcionamento das instâncias de direção e de base, a democracia interna, nossa sustentação financeira. Enfim, precisamos adequar o PT ao novo ciclo que se inicia com o governo Dilma.

Outra grande tarefa é consolidar a Escola de Formação Política, com programas permanentes voltados, sobretudo, para novos dirigentes e militantes. No campo institucional, o PT mais do que nunca precisa se posicionar como protagonista do governo de coalizão – em princípio, a mais ampla desde a primeira eleição de Lula, em 2002.

Saímos das urnas com as condições  de governabilidade, em tese, garantidas, com maioria confortável na Câmara e no Senado. Mas temos de cuidar para que nosso programa de transformação da sociedade forneça as diretrizes de atuação em áreas vitais da vida nacional, como educação, saúde, comunicação, meio ambiente e moradia, entre outros.

Cabe ao PT, principalmente, e aos movimentos sociais zelar pela ampliação das principais ações de nosso governo até aqui, de maneira a garantir inclusão socioeconômica com cidadania e democracia plenas para um universo cada vez maior de brasileiros e brasileiras.

Jorge Coelho, secretário nacional de Mobilização e diretor da Escola Nacional de Formação Política do PT