Internacional

País insular no mar do Caribe, Cuba tem 110.922 km2 de extensão. O PIB é de US$ 54 bilhões e a dívida externa de aproximadamente US$ 12 bilhões

O principal fato político da história de Cuba foi e segue sendo a luta pela independência, travada em grande medida pelas classes exploradas, primeiro frente à Espanha, depois contra os interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos

País insular no mar do Caribe, Cuba tem 110.922 km2 de extensão. O PIB é de US$ 54 bilhões e a dívida externa de aproximadamente US$ 12 bilhões. Em 2003, seu IDH (0,817) a colocava em oitavo lugar na América Latina e 52º lugar no mundo.

A população gira ao redor de 11 milhões de habitantes, 76% urbanos. Esse número representa quase 2% da população latino-americana e 0,16% da população mundial. Em 1950, eram 3,5% e 0,23%, respectivamente, configurando uma tendência ao envelhecimento.

O principal fato político de sua história foi e segue sendo a luta pela independência. Primeiro frente à Espanha, travada em grande medida pelas classes exploradas – uma vez que a oligarquia cubana era altamente integrada à metrópole –, o que lhe deu um caráter político e social muito radical.

Na luta pela independência, há três marcos: a guerra de 1868-1878 (derrotada), a de 1895-1902 (parcialmente vitoriosa) e a revolução de 1953-1959 (vitoriosa).

Na guerra de 1895-1902, quando os revolucionários estavam para vencer a guerra de independência, os Estados Unidos invadiram Cuba a pretexto de “ajudar” na luta contra a Espanha. Por isso, quando é proclamada, em 20 de maio de 1902, a República de Cuba nasce constitucionalmente atrelada aos Estados Unidos. A chamada Emenda Platt legalizava o direito dos EUA de intervir em Cuba.

De 1902 até 1959, sua história girou ao redor da luta de independência contra os Estados Unidos, passando por diversas etapas, a última das quais se combina com a luta contra a ditadura surgida a partir de março de 1952, com o golpe encabeçado pelo sargento Fulgêncio Batista.

Uma das reações a esse golpe é o ataque ao Quartel Moncada, liderado por Fidel Castro, jovem advogado ligado ao Partido Ortodoxo, que provavelmente venceria as eleições canceladas devido ao golpe. Desferido no dia 26 de julho de 1953, os particiapantes do ataque foram massacrados e os poucos sobreviventes, entre eles Fidel, são condenados à prisão.

Anistiados em 1955, fundam o Movimento 26 de julho (M26J), vão para o exílio e desencadeiam um plano político-militar que os levaria ao poder, em 1º de janeiro de 1959.

É importante ter claro que o M26J era uma organização político-militar com forte base urbana; existiam outras forças com muita presença de massa, como o Diretório Revolucionário e o Partido Popular Socialista (o PC local), além de um forte movimento estudantil e sindical.

A revolução vitoriosa em 1959 foi democrática, nacional e popular. Converteu-se em anti-imperialista e socialista à medida que as ações do governo revolucionário entraram em choque com os interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos.

O marco da conversão de uma revolução democrático-popular em uma revolução socialista foi o discurso feito por Fidel Castro em 15 de abril de 1961, véspera da invasão da Praia Girón. No episódio também conhecido como Baía dos Porcos, um grupo de mercenários contratados, treinados e armados pelos Estados Unidos desembarcou na ilha, sendo cercado e derrotado pelas forças armadas cubanas.

Valter Pomar é membro do Diretório Nacional do PT e secretário executivo do Foro de São Paulo