Internacional

Essa experiência, a rigor modelo democrático para o mundo, levou a Fundação Carter a proclamar a Venezuela como o sistema eleitoral mais democrático do mundo

Gostar ou não gostar de Maduro, é da preferência de cada um.

Discutir o estilo dele, da mesma forma.

Como se este fosse o problema.

Não é.

O buraco é mais embaixo.

Já estive na Venezuela, como parlamentar, rapidamente.

Testemunhei a existência de uma imprensa livre, e raivosa.

Contra qualquer medida da Revolução Bolivariana.

Batendo no governo abaixo da linha de cintura.

Atualmente, e de há muito tempo, há uma unidade internacional, no Ocidente, a demonizar a experiência bolivariana.

Como se ali vigorasse uma ditadura.

E não vigora.

Essa mídia chama o Hamas de organização terrorista.

Não é.

É resistência palestina, tal qual resistência francesa, argelina, vietnamita.

A ONU não considera o Hamas terrorista.

No caso da Venezuela, o chamado jornalismo, e creio muito próprio chamar assim porque não há jornalismo em tal cobertura, esconde-se, ignora-se um dos lados, não obstante tenha a mania de se falar na necessidade de serem observados todos os aspectos de um acontecimento.

Felizmente, há uma ou outra voz remando contra a maré.

Em Caracas, a presença do jornalista Beto Almeida.

Profissional sério, responsável.

Vai cobrir as eleições pelo Pátria Latina e pela TV Comunitária de Brasília.

Artigo dele, direto de Caracas, hoje no Pátria Latina, desmonta uma série de mentiras, vai contra a mistificação montada pela mídia empresarial brasileira e de todo o Ocidente.

Busco nele a inspiração para esse texto, baseio-me na matéria dele. Demais fontes, aparecessem subsidiariamente.

Está em curso uma grande operação de inviabilização da eleição venezuelana.

Pra variar, com sede em Miami.

Coordenada por Marc Fertmann, ex-funcionário da CIA, personagem presente em vários processos eleitorais de outros países, de acordo com Beto Almeida.

Fertmann anunciou, em programa de televisão venezuelana, a intenção do governo Maduro de cortar a internet no domingo, dia da eleição, de modo a organizar uma fraude eleitoral.

Prova?

Nenhuma.

Algum dado a comprovar a notícia?

Nenhum.

A extrema-direita nunca precisou da verdade.

Nem do jornalismo, ao menos aquele à procura da verdade.

Óbvio: o governo Maduro nega de modo categórico.

Lembra, e fala verdade: Venezuela é o país com mais realização de eleições em todo mundo nas últimas décadas.

E sempre com a presença de observadores internacionais, dezenas deles.

A nós todos, sonegada informação preciosa, verdadeiro escândalo, sorrateiramente escondida: o candidato oposicionista, Edmundo Gonzalez, negou-se firmar o compromisso junto ao Tribunal Eleitoral de respeitar o resultado das urnas.

Uma confissão prévia.

Irá desautorizar o processo eleitoral se perder a eleição.

Imagina fosse Maduro a recusar isso?

A oposição, teleguiada desde os Estados Unidos, sempre trabalhou no sentido de inviabilizar a Revolução Bolivariana.

Agora, sem reservas, organiza operação para inviabilizar o governo Maduro, chamada Zero Maduro na Mídia.

Enquanto isso, a mídia empresarial, na Venezuela e em todo o Ocidente, opera um tsunami de informações falsas dando como certa, previamente, a vitória do candidato oposicionista por larga margem de votos.

E estaria em curso, ainda, na operação orientada desde Miami, inviabilizar qualquer possibilidade do público, internautas e televidentes, terem acesso a informações com os resultados oficiais do Tribunal Eleitoral, previstas para serem divulgadas domingo à noite, dia 28.

Na avaliação de Beto Almeida, uma versão da Proconsult, organizada pelo SNI, com apoio da Rede Globo, para derrotar Leonel Brizola, em 1982, no Rio de Janeiro.

O plano é este.

Mas, insista-se: Venezuela é país recordista em eleições em todo o mundo.

São 33 eleições e referendos em 25 anos de Revolução Bolivariana.

Chávez submeteu-se ao crivo das urnas por cinco vezes em doze anos, sempre sob a artilharia da direita e da extrema-direita.

Maduro, três vezes em dez anos.

Há outras informações sonegadas.

O voto na Venezuela é eletrônico e impresso.

Há auditoria de 50% das urnas com os votos impressos, na qual o eleitor, no ato de votar, torna-se o fiscal do próprio voto, conferindo, com o impresso, se está tudo nos conformes.

A média mundial de conferência é de 3%.

Na Venezuela, de 50%.

A Operação Maduro, eu estou chamando-a assim, dirigida desde os Estados Unidos, desde o império, prevê divulgar resultados oriundos apenas dos institutos de pesquisas cuja trajetória sempre foi marcada por erros nas eleições venezuelanas, por prognosticarem derrotas de Chávez e de Maduro.

Sempre quebraram a cara, atuaram a favor dos candidatos apoiados por eles, institutos.

A mega-operação, com sede em Miami, promovendo o silêncio em torno dos resultados oficiais e uma super divulgação de uma suposta vitória da oposição para propalar a existência de uma fraude, lembra a ridícula proclamação de Guaidó como presidente da República.

Guaidó é atualmente apenas um fugitivo da Justiça, acusado de roubo dos ativos do Estado venezuelano, fato reconhecido até pelos antigos patrocinadores em Washington. Mas, os articuladores da direita e extrema-direita internacional, nunca se incomodaram com o ridículo.

Em curso, então, uma vasta operação midiática destinada a criar uma situação caótica na Venezuela.

E aí sim, pode ser estabelecido o quadro anunciado por Maduro: os fascistas tentando de todo modo negar a vitória do governo, se ela se concretizar, e recorrendo a todo tipo de sabotagem, inclusive à guerra civil.

A operação midiática, na visão de Beto Almeida, conta com financiamento de agências dos Estados Unidos, como a NED e a USAID.

Além de fundações alemãs, como a Konrad Adenauer e Friedrich Ebert.

Estas teriam divulgado uma lista dos meios de comunicação consideradas confiáveis por elas, por acaso, e só por acaso, veículos financiados por essas mesmas agências.

Vão proclamar, sem dúvida, a vitória do candidato oposicionista, mesmo derrotado pelos números oficiais.

O Tribunal Eleitoral, como em qualquer país democrático, tem a prerrogativa de organização, apuração e divulgação dos resultados, conforme lei aprovada por todos os partidos.

A experiência de 25 anos de democracia participativa indica a existência de estabilidade, segurança e legitimidade eleitoral no país.

Mesmo sob sanções de toda natureza, a Venezuela manteve sempre o calendário eleitoral.

Essa experiência, a rigor modelo democrático para o mundo, levou a Fundação Carter a proclamar a Venezuela como o sistema eleitoral mais democrático do mundo.

Fundação Carter, não qualquer entidade vinculada à esquerda mundial.

Em curso, insista-se, mais uma operação desestabilizadora contra o governo bolivariano.

Registro: apesar de todas as eleições realizadas, a mídia insiste em chamar o presidente Maduro de ditador.

Fosse, e não haveria tantas eleições, sempre contando com a presença de observadores internacionais, extremamente vigiadas, colocadas sob suspeita.

Mais uma tentativa.

A seguir a tradição, será outra frustração.

Espera-se seja.

Para o bem da democracia.

Da afirmação da soberania das nações.

Venezuela é detentora da maior riqueza petrolífera do mundo.

Não se queira acaso em todas essas investidas.

É o petróleo, estúpido!

Sempre parafraseando o assessor de Clinton, James Carville.

O império em decadência age com consciência.

Em busca dos interesses dele.

A democracia, às favas.

Maduro foi muito incisivo ao definir qual a decisão desse domingo:

_ É a escolha entre Colônia ou Nação Soberana.

Alguma dúvida?

Para os defensores da democracia e da autonomia de cada nação e, ainda, dos interesses da América Latina, nenhuma.

As forças democráticas e progressistas estão ao lado da Revolução Bolivariana.

Porque são a favor da soberania das nações.

Porque defendem a soberania venezuelana.

Referências

ALMEIDA, Beto. Eleição na Venezuela: voto decidirá entre colônia ou nação soberana. Pátria Latina, 24/07/2024.

CAMPANHA eleitoral aquece na Venezuela. Abril Internacional, 23/07/2024.

SANTIAGO, Lorenzo. Ex-vice da Venezuela diz que Maduro conseguiu reduzir a violência social e afirma que oposição aposta no caos há 25 anos. Brasil de Fato, 18/07/2024.

SCHROEDER, Lucas. Lula diz esperar que eleição na Venezuela seja a ‘mais democrática possível’: ‘Maduro precisa disso’. CNN Brasil, 6/03/2024.