Com Lula, pobreza vive o menor nível da série histórica.
De 2022 a 2023, 8,7 milhões de pessoas deixaram a pobreza.
E 3,1 milhões escaparam da pobreza extrema.
O desemprego experimenta o menor nível da série histórica.
O crescimento do PIB deve chegar a 3,3%, muito superior às previsões catastrofistas do mundo do capital.
Tudo isso indica um governo bem-sucedido.
Porque o país cresce.
Porque diminui a pobreza.
Porque diminui a extrema pobreza.
Porque faz o emprego crescer, e o desemprego diminuir muito.
Lula realiza um governo determinado a cumprir as promessas de campanha.
Cumprir o programa anunciado.
E isso em um quadro, se bem olhado, capaz de inviabilizá-lo.
Diria: olhando de longe, seria um governo quase impossível.
Só possível por conta da capacidade do Presidente.
Da determinação política dele.
Da habilidade em reunir forças políticas diversas.
Difícil quadro.
Senão, vejamos.
Com minoria nas duas casas legislativas.
Faca no pescoço. Das duas.
Imprensa, a dos chamados grandes meios de comunicação, manifestamente hostil.
Querendo sangue.
Com um programa bem diverso daquele sempre defendido por Lula, desde 2003, quando assume o primeiro mandato.
Banco Central disposto sempre a aumentar juros, a tentar inviabilizar o desenvolvimento econômico e a valorizar crescentemente o capital financeiro. A olhar sempre para as nuvens, nunca para o chão. Privilégio às nuvens do capital financeiro.
Vai fazendo o quanto possa para evitar a reindustrialização do país.
E Lula segue adiante, sem hesitar.
Recusando-se a adotar as determinações dos adversários, a pretender sempre o descumprimento do programa vitorioso nas eleições.
Conseguiu não apenas a diminuição da pobreza e da extrema pobreza, garantir crescimento econômico, conter o desemprego, não obstante o esforço do Banco Central para aumentá-lo.
Esses dias, estranha pesquisa da “Genial/Quaest” indica o repúdio do chamado mercado às medidas do governo Lula.
Mercado, o chamado mercado, decididamente não gosta do governo Lula. Nunca gostou. Não gosta do programa dele.
Desde que ele chegou à presidência da República pela primeira vez.
Sempre preferiram um amigo do chamado mercado. Já tiveram amigos assim.
Um governo capaz de garantir a existência da fome. Do desemprego. Da miséria extrema.
Parece panfletarismo, mas não é.
Quando se anuncia quase pleno emprego, quando se anuncia melhoria nos índices do PIB, diminuição da pobreza, o mercado e o Banco Central se veem à beira de um ataque de nervos.
Têm ódio dos pobres.
Ameaçam sempre com a explosão da inflação.
E essa política do chamado mercado e do Banco Central, almas gêmeas, obviamente joga contra o desenvolvimento do país.
Especialmente contra qualquer perspectiva de reindustrialização, em torno da qual o governo do presidente Lula vem se esforçando, com a execução do “Nova Indústria Brasil”, programa lançado no início deste ano, a contar com trezentos bilhões de reais para financiamento até 2026.
Quando o Banco Central, cúmplice do chamado mercado, lança os juros às estratosferas, amortece a disposição de empresários para investimentos, muitas vezes levados a preferir o jogo do mercado financeiro, e não o esforço voltado ao capital produtivo.
Mais fácil render-se à roleta, ao cassino, e ver o dinheiro se multiplicar com os juros altos do que arriscar-se a empreitadas produtivas, capazes de fazer o país caminhar novamente no sentido da industrialização e a depender menos de importações.
Contextualizando um pouco
Em 2023, a participação da indústria em toda a riqueza gerada no país recuou pelo quinto ano seguido, chegando ao patamar de insignificantes 10,8%, o menor índice de toda a série estatística, quando chegava a 17% do PIB.
Esse quadro certamente levou o governo Lula a propor e começar executar o “Nova Indústria Brasil”, confrontado sempre com a criminosa política de juros do Banco Central.
As medidas anunciadas nos últimos dias pelo ministro da Fazenda, algumas delas destinadas a saciar a voracidade do capital, fundadas na chamada austeridade fiscal, necessárias nesse quadro porque o governo está circunscrito, condicionado pelo arcabouço fiscal, estão servindo como instrumento de pressão sobre o governo, provenientes do Legislativo.
As forças conservadoras tentam, e conseguirão pelo visto, jogar a medida mais democrática e justa do chamado pacote para o ano que vem, sem a garantia de aprovação: a isenção do pagamento do imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais, a atingir positivamente milhões de pessoas de uma parcela da classe média.
O jogo do capital financeiro é duro. Este é verdadeiramente o jogo do mercado. É o capital financeiro a manobrar tudo isso.
A pesquisa sobre a qual falamos no início desse texto, da Quaest, indicava uma desaprovação de 96% da política econômica do governo Lula.
E o chamado mercado se opunha principalmente ao anúncio da isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco mil por mês.
E apesar de todos os indicadores mostrarem o fato incontestável de a economia brasileira estar indo muito bem, esse mercado acredita que tudo vai piorar nos próximos doze meses, sem se saber quais os fundamentos de tais previsões – talvez os mesmos a indicar, como indicaram, o Brasil com crescimento este ano de pouco mais de 1%, e não os mais de 3% a que chegou até agora.
O assustador, naquela pesquisa, é a identificação do chamado mercado: é constituído por 105 pessoas dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, “gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro”. Em síntese: os especuladores do mercado financeiro.
É com eles a pretensão de contaminar, influenciar a chamada opinião pública brasileira.
Não só manipulam o câmbio, a bolsa. Não só jogam o dólar a mais de seis reais. Querem também manipular a cabeça dos duzentos milhões de brasileiros. Exatamente eles.
Aqueles cujo ódio aos pobres é visceral.
Cuja distância da realidade da vida dos brasileiros, da maioria da população, é total.
Vivem em um mundo paralelo. E por isso, não podem concordar com o governo Lula.
Com as medidas destinadas a melhorar a vida das maiorias.
Ainda tímidas porque constrangidas por tantos obstáculos postos pelos inimigos, verdadeiramente inimigos da democracia.
Ao menos se por democracia entendermos melhoria nas condições de vida da nossa gente, distribuição de renda e de riqueza, igualdade de oportunidades, ampliação do emprego, crescimento econômico, reindustrialização do país.
Não há exagero: os muito ricos, salvo raras exceções, têm ódio de pobres, ódio e medo.
Os muito ricos conseguem controlar o Legislativo, lamentavelmente.
Conseguem controlar inteiramente a grande imprensa, grandes e pouco jornais, poucas emissoras de televisão, muitas emissoras de rádio, e vão assim influenciando a chamada opinião pública, envenenando-a.
As redes sociais, controladas por gigantescos monopólios, são hegemonizadas por figuras vinculadas à extrema-direita.
Os muitos ricos jogam contra o próprio capital produtivo, travam os investimentos quando apoiam entusiasticamente a política de juros altos.
E apesar de você, dos muitos ricos, o país segue bem, sob a direção do presidente Lula.
O governo segue bem, no plano interno.
E o presidente Lula segue um gigante no mundo, sobretudo por conta da política de combate às guerras, pela paz, e do essencial combate à fome, agora com impressionante apoio de dezenas de países.
Não há facilidades à vista.
Necessário uma intensa política de comunicação, uma cotidiana luta político-cultural destinada a envolver o nosso povo nas batalhas pela democracia.
Inegavelmente, no entanto, considerando a tarefa de reconstrução de um país por conta da herança de um governo genocida e destrutivo anterior, de repor um conjunto de políticas públicas, de caminhar no sentido de tirar o Brasil do Mapa da Fome, de diminuir a pobreza e a pobreza extrema, de garantir crescimento econômico e nos situar novamente como um ator significativo no plano mundial, o governo Lula, enfrentando enormes obstáculos, tem conseguido aplicar o programa defendido na campanha.
Agora, seguir em frente. Rumo à reeleição do presidente Lula!
Emiliano José é jornalista e escritor, autor de Lamarca: O Capitão da Guerrilha com Oldack de Miranda, Carlos Marighella: O Inimigo Número Um da Ditadura Militar, Waldir Pires – Biografia (v. I), entre outros
Referências
FIESP: Participação da indústria no PIB cai para 10,8% em 2023. Estadão, 1/03/2024.
HADDAD diz que ajuste fiscal foi pensado para “não comprometer a trajetória virtuosa que vivemos”. Brasil 247, 5/12/2024.
LOBREGATTE, Priscila. Com Lula, Brasil alcança menor nível de pobreza da série histórica. Vermelho, 6/12/2024.
LULA celebra queda na pobreza e extrema pobreza, que atingem menor nível no país desde 2012: “para isso fomos eleitos”. Brasil 247, 4/12/2024.
MIRKHAN, Alex. Reindustrialização dá ‘sinais de vida’, mas crescimento esbarra em infraestrutura e juros altos. Brasil de Fato, 8/09/2023.