Política

A petistas morreu aos 37 anos e estava em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados

Em 26 de julho de 2009 fará seis anos que o PT perdeu Francisca Trindade. Seu falecimento inesperado, aos 37 anos, fez o Piauí chorar. A petista estava no início de seu primeiro mandato na Câmara Federal, para o qual fora eleita com surpreendente votação: 165.190 votos. O estado onde essa mulher construiu sua vida política, e a do próprio PT, não a esquece. Em sua homenagem, cerca de 100 mil pessoas foram ao velório e enterro. Os pronunciamentos, vindos do PT, de aliados e adversários, lamentavam o aneurisma cerebral fatal.

Em 2006, por ocasião dos três anos da morte da deputada, milhares de piauienses fizeram uma caminhada, puxada pelo governador Wellington Dias e pela mãe de Francisca, dona Lídia, que iniciou as ações da fundação sem fins lucrativos que leva seu nome. De acordo com seu irmão e membro do conselho fiscal da fundação, Manoel Trindade, a entidade tem por objetivo desenvolver projetos para as classes mais necessitadas.

O governador do Piauí lembrou que Francisca Trindade deixou sua marca por onde passou, em defesa da construção da cidadania dos homens e mulheres do Piauí. "Foi assim nos movimentos sociais, sindicatos, na militância do Partido dos Trabalhadores, como vereadora, deputada estadual e federal. Por isso, devemos lembrar dela como uma mulher alegre e entusiasmada, como alguém que vive para sempre, como uma pessoa das causas sociais e pela democracia".

Francisca Trindade foi líder comunitária no bairro Água Mineral, na periferia de Teresina, onde começou sua militância nos grupos de jovens. Filiada ao PT desde 1985, foi uma das construtoras do partido no estado. Em 1992, foi a primeira suplente na Câmara Municipal de Teresina, com 998 votos, assumindo posteriormente a vaga.

Em 1996, reelegeu-se com 4.270 votos. Foi a mulher mais votada naquela eleição municipal e a quinta no total geral. Na Câmara Municipal de Teresina, defendeu a moralização e a ética na política, bem como a transparência no uso dos recursos públicos e na defesa do patrimônio público. Em 1999, como deputada estadual ­ a mais votada em Teresina e a quinta mais votada no estado, com cerca de 26 mil votos­, foi parlamentar atuante pela moralização e transparência do Poder Legislativo e contra a corrupção nos órgãos públicos e pela elaboração de políticas públicas. Francisca Trindade presidiu ainda a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Piauí e elaborou projetos de lei que estabeleceram, entre outros, o Fundo de Geração de Emprego e Renda e Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do Piauí; o Conselho Estadual dos Direitos Humanos; o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher; o Departamento Estadual de Combate ao Abuso Sexual Infanto-Juvenil; e o Programa de Habitação para Mulheres Chefes de Família.

Em sete meses de atuação na Câmara Federal, destacou-se nos debates referentes aos direitos humanos, aos direitos das minorias, ao combate à discriminação racial e à valorização da mulher.