Cadernos Teoria e Debate

Na América Latina, em particular no Brasil, herdeiro de uma vasta trajetória colonial e escravista, o capitalismo implantou a barbárie e autoritarismo com consequências nefastas e duradouras. Mais recentemente, após as lutas democráticas protagonizadas pelos movimentos populares, uma onda progressista se impôs no continente sul-americano com a ascensão de governos populares e democráticos. No entanto, as forças reacionárias articularam o golpe, instauraram um conjunto de retrocessos nas políticas sociais e adotaram uma agenda ultraneoliberal, agravada pelo negacionismo no enfrentamento da pandemia do coronavírus. Atualmente, o país se depara com estagnação econômica, inflação, desemprego, volta da fome e da miséria.

Diante da grande crise que o Brasil atravessa, é preciso alimentar a esperança no futuro e reconstruir as forças sociais, fomentando o protagonismo, a autonomia e inclusão social por meio do trabalho e da renda. A Economia Solidária é, sem dúvida, o instrumento capaz de contribuir com essa tarefa que se apresenta durante e pós-pandemia. Portanto, essa cartilha visa demonstrar as potencialidades e afirmar a centralidade da Economia Solidária no projeto de desenvolvimento sustentável, humano e solidário, que contemple as diversas dimensões dos sujeitos nos campos econômico, social, ecológico, político e tecnológico.