Colunas | Cinemateca

Jenipapo - Direção: Monique Gardenberg, Brasil, 1995, 100 minutos - Distribuição: Riofilme - Rara ficção sobre a questão agrária: em geral, os filmes que a focalizam são documentários. Tem por protagonistas um padre e um jornalista, que compartilham as lutas dos sem-terra no Nordeste. Ao investigar denúncias de violência, o jornalista termina por pôr em risco a vida do padre e dos ativistas da região. Selecionado para o Sundance Film Festival e os festivais de Toronto e Roterdã.

Igreja da Libertação - Direção: Silvio Da-Rin, (Brasil), 1985, 60 minutos - Centrado nas Comunidades Eclesiais de Base. Filma o dia-a-dia dos acampamentos dos sem-terra e toma depoimentos de figuras de relevo na defesa dos oprimidos, como Dom Pedro Casaldáliga e Dom Paulo Evaristo Arns. Fornece um panorama da atuação da Igreja Católica nesse combate. Começa com Lula discursando no Primeiro de Maio de 1985, em frente à Catedral da Praça da Sé, e termina com os sem-terra, nos primeiros tempos de sua trajetória, acampados no Paraná. Fotografado por outro ilustre documentarista, Walter Carvalho, e narrado por Ferreira Gullar.

Cabra Marcado para Morrer - Direção: Eduardo Coutinho (Brasil), 1985, 119 minutos - Distribuidora: Globo Vídeo (VHS) - Acompanha a história da família de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas – precursoras do MST que vicejaram antes do golpe militar de 1964 – assassinado em 1962. O filme, iniciado em 1964, viu-se interrompido pela nova situação política. Retomado em 1981, dedica-se a acompanhar a trajetória da viúva Elizabeth Teixeira e de seus muitos filhos, distribuídos pelo mundo para ser educados longe da mãe: para proteger-se, todos mudaram de nome e passaram a viver incógnitos. Um notável documento sobre a violência latifundiária e as vicissitudes dos sem-terra.

 
A Revolta das Enxadas - Direção, roteiro e produção de Emílio Gallo (Brasil), 1996, 26 min (VHS) - Este curta-metragem adquiriu importância histórica ao registrar para a posteridade um momento épico: a primeira marcha dos sem-terra a Brasília. O filme vai entrevistando os integrantes, documentando seu cotidiano, com ênfase nessa grande experiência coletiva. O espectador tem, assim, acesso às reflexões e ideais dos sem-terra, enquanto labutam nessa marcha que se constituiria em fundação e modelo para a militância.

Terra para Rose - Direção: Tetê Moraes (Brasil), 1987, 84 minutos - Distribuidora: Sagres Filmes, Versátil Home Vídeo - DVD - Rose foi uma agricultora sem-terra que, com outras 1.500 famílias, participou de um evento histórico: a primeira grande ocupação de terras improdutivas, no caso a fazenda Annoni, no Rio Grande do Sul. Através da história de Rose, o filme discute a reforma agrária, no período já de transição democrática, que viu irromper este importante movimento social, o MST. Rose é a mãe do primeiro bebê a nascer durante a ocupação. O filme teve uma continuação, O Sonho de Rose – 10 Anos Depois, feita pela mesma diretora.

O Tempo e o Lugar-  Direção: Eduardo Escorel (Brasil), 2008, 98 minutos  Distribuidora: Videofilmes - História de vida de Genivaldo, hoje lavrador no sertão de Alagoas, e de sua vocação de militante. Depois de emigrar para o Sul, onde foi peão de obra, voltou para seus pagos. Foi líder do MST, tendo participado de saques e ocupações de terra. Também foi candidato pelo PT a prefeito, saindo derrotado. Desiludido de partidos e movimentos, criou uma organização independente dedicada à defesa da agricultura familiar.