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Fantasmas de Abu Ghraib (Ghosts of Abu Ghraib) - Direção de Rory Kennedy, Estados Unidos, 78 minutos, 2007- Há vários, e muito bons, documentários sobre o conflito no Iraque, mas Fantasmas de Abu Ghraib deve ser o mais famoso, por tratar de um escândalo que repercutiu internacionalmente. No filme, vêem-se soldados americanos fardados que se fotografam mutuamente, enquanto maltratam e humilham prisioneiros iraquianos nus. O nome do documentário é o mesmo da prisão que antes Saddam Hussein destinava a seus adversários políticos mas que os invasores souberam aproveitar para fim semelhante.

CSNY/Déjà Vu  (Direção de Neil Young, Estados Unidos, 96 minutos, 2008) - Os velhinhos Crosby, Stills, Nash e Young, da banda de grandes músicos que tocaram em Woodstock, veteranos dos protestos contra a Guerra do Vietnã, voltam à campanha contra a guerra, desta vez do Iraque (donde o título do documentário). É comovente vê-los, de cabelos brancos, firmes na resistência civil. Fizeram uma turnê pelo país todo e, no sul, sobretudo em Atlanta, Georgia, vemo-los cantando sob vaias e ameaças a canção carro-chefe, “Let´s impeach George Bush”. Gravaram também um CD do show.

The Dreams of Sparrows (Direção: Hayder Mousa Daffar, Iraque, 74 minutos, 2005) - Para contrabalançar a maciça quantidade de filmes (e de notícias) produzida pelos americanos, convém ver este documentário de origem iraquiana. O diretor Hayder Daffar registra depoimentos de diferentes pessoas, com pontos de vista e opiniões diversos, até conflitantes. Discutem-se a invasão norte-americana, o regime de Saddam Hussein, bem como sua captura e fim inglório, as agruras da ocupação, a rotina ou falta de rotina em Bagdá. Ouvem-se também escritores, cineastas, pintores e outros artistas.

Memórias de uma Guerra Recente – Os Veteranos do Iraque (Alive Day Memories: Home from Iraq) (Direção: Jon Alpert e Ellen Goosenberg Kent, Estados Unidos, 57 minutos, 2007) The Ground Truth: the Human Cost in Human Lives (Direção: Patricia Foulkrod, Estados Unidos, 72 minutos, 2006) Estes dois filmes trazem depoimentos de veteranos feridos, mutilados, deficientes mentais, com estresse pós-traumático etc. Voltaram do Iraque, onde não mais morrem: 95% retornam vivos, o que é uma novidade histórica. As narrativas de horror incluem o treinamento, que ensina garotos de 18 anos a desumanizar o inimigo, e a penosa reintegração à sociedade civil após o regresso. O saldo da invasão do Iraque resultou em cerca de 5 mil mortos entre os americanos, contra 150 mil entre os iraquianos, que herdaram um país em escombros e uma guerra civil interminável.

A História de Tillman (The Tillman Story) Direção: Amir Bar-Lev, Estados Unidos, 94 minutos, 2010 - O mais famoso soldado na Guerra do Iraque devido a sua popularidade como esportista profissional, Tillman era atleta da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano). Voluntário, morreu sob fogo amigo, ou seja, não foram os inimigos que o mataram, mas seus próprios colegas, por engano. Segue-se uma conspiração do exército e das autoridades civis para esconder o fato e explorá-lo como herói e mártir, usando seu exemplo para comover os jovens e torná-los sensíveis ao recrutamento. A família felizmente não cai na armadilha, mas leva anos até conseguir reconhecimento oficial.

Central Al Jazeera (Control Room)-Direção: Jehane Noujaim, Estados Unidos/Egito, 83 minutos, 2004- A estação árabe de TV de maior alcance, criada no Catar, independente do Estado e financiada pelos anunciantes. O filme mostra o funcionamento da emissora no dia a dia, entrevistando seus funcionários e outros jornalistas. O tema posto em discussão é a cobertura da Guerra do Iraque, que o Ocidente só recebe de maneira tendenciosa e favorável aos invasores. Uma brasileira, Júlia Bacha, é corroteirista e editora: tornou-se célebre como diretora do muito premiado documentário Budrus, sobre a aldeia palestina desse nome, em que os habitantes resistiram ao muro erguido pelo exército israelense.