Estante

Se a menina Malala foi baleada pelos talibãs só porque queria ir à escola, a violência contra a mulher aparece sob outras formas naquelas paragens do mundo. Em Teerã, o divórcio no seio de um casal moderno em que a esposa tem uma carreira provoca ondas de choque. O foco do filme é a empregada doméstica, cuja vida é alterada de repente, enquanto as coisas vão piorando numa sucessão de pesadelo. Premiadíssimo, inclusive com o Oscar e em Cannes. O diretor, que passou longo tempo na prisão por causa de seus filmes, também fez Procurando Elly, em que, mesmo num ambiente moderno, o machismo se manifesta e vai crescendo ao ponto de culpar a moça desaparecida por vários crimes. Mas também pode chegar ao assassinato em defesa da honra da família, como no filme turco Quando partimos, no qual nem fugindo para Berlim a mulher estará a salvo. Ainda ficam nos devendo um filme sobre a lapidação de esposas, quase sempre falsamente acusadas de adultério pelo marido, recurso mais barato que o divórcio.            WNG