Estante

Manchei o mapa cotidiano

jogando-lhe a tinta de um frasco

e mostrei oblíquas num prato

as maçãs do rosto do oceano.

 

Nas escamas de um peixe de estanho

li lábios novos chamando.

E você? Poderia

algum dia

por seu turno tocar um noturno

louco na flauta dos esgotos?