Estante

Por que não acorrem como sempre nossos ilustres oradores
a brindar-nos com o jorro feliz de sua eloqüência?
Porque hoje chegam os bárbaros
que odeiam a retórica e os longos discursos.

Por que de repente essa inquietude
e movimento? (Quanta Gravidade nos rostos!)
Por que esvazia a multidão ruas e praças
e sombria regressa a suas moradas?

Porque a noite cai e não chegam os bárbaros
e gente vinda da fronteira
afirma que já não há bárbaros.

E o que será agora de nós sem bárbaros?
Talvez eles fossem uma solução afinal de contas.

(tradução do espanhol de Ricardo Azevedo)