Estante

Este ser que se compõe de adjacências.
E de um cimento claro e matinal.
Tem nos seus nervos finos transparências.
De luz se alimenta. Fala cristal.

Por seu través mantendo as aparências.
Da limpidez é símbolo e sinal;
Meu coração, por essas excelências,
Nele se mira e se vê por igual.

Nele se ajusta, assim como vertida
Onda de anseios vagos e dispersos
Que um sopro dual juntasse em verbo e vida.

Lendo-o com precaução modesta e ágil
Cuidado tenham no seguir seus versos
Que este soneto é de matéria frágil